PINHÃO MANSO ATÓXICO

Embrapa identifica pinhão-manso atóxico

A Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) identifica variedade de pinhão-manso (Jatropha curcas) atóxica que pode ser utilizada na alimentação animal.

O pinhão-manso é uma espécie bastante pesquisada em  todo  o mundo  pelo que apresenta como alternativa na produção de biodiesel.  A torta, que  é o resíduo da extração  do  óleo,  não  podia  ser  usada  na  alimentação  de  animais  devido  à presença de  substancia  tóxicas. Com  essa  descoberta a  torta  dessa  oleaginosa pode ser utilizada em rações, o que aumenta o potencial da cultura. “Para a cadeia do  biodiesel  ser  sustentável nós  precisamos  utilizar  todas as partes  da  planta, tanto o óleo quanto os resíduos gerados”, informa Mendonça.

As variedades atóxicas
Os projetos da Embrapa  Agroenergia seguem duas linhas para viabilizar o uso da torta de pinhão-manso: encontrar  materiais  genéticos  em que a toxina não esteja presente e usar processos industriais na destoxificação da torta. 

A variedade usada no experimento com os ovinos foi encontrada na avaliação dos materiais  do  Banco  Ativo  de  Germoplasma   (BAG),  que  fica  na  Embrapa Cerrados em Planaltina/DF.  Essa avaliação  foi  realizada  por  meio  de  análises morfológicas e laboratoriais realizadas em materiais genéticos coletados  diversas regiões brasileiras.

O engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroenergia, Bruno Laviola ressalta que a produtividade da variedade atóxica é baixa e está sendo trabalhada em processos de melhoramento  genético tradicional, fazendo  cruzamentos com materiais tóxicos de maior rendimento.

Pesquisa
A  pesquisa  com  os  testes  da variedade  de  pinhão-manso   desenvolvida   pela Unidade,  começa  no  campo  experimental,  passa  pelo l aboratório e termina na fazenda  da  Universidade  de  Brasília.  É  lá  que  animais  selecionados  foram submetidos aos testes com a nova ração alimentar. 

A torta produzida a partir  da variedade atóxica foi usada na preparação de rações, com  adição  de  20, 40 e 60%,   em  substituição  ao   farelo   de   soja,  que  é  o concentrado  de  referência  como fonte proteica.  “O resultado desse experimento foi  bastante animador. Os  animais  apresentaram  ganhos  de peso e qualidade de carcaça  semelhantes  aos  obtidos  com  o concentrado  de  soja,  comprovando  a aceitação dos animais por esta nova mistura”, destaca Mendonça.

15 de Junho 2011. Embrapa Agroenergia